Centro de Santana de Parnaiba
Igreja De Santana de Parnaíba
Casa Com Estrutura Coloquial
Interior de Santana de Parnaíba

Os casarões construídos no modelo colonial possuem características que tornavam os edifícios bem extravagantes, com portas de mais de 2,5m de altura; e janelas de mais de 1m. Os casarões costumavam ter uma estrutura simétrica, isto é, havia um rigor de replicar as características perfeitamente, havendo raramente características irregulares que tornariam as casas assimétricas. Os telhados eram os chamados "Queda d'água", tendo uma angulação inclinada com o intúito de eliminar qualquer possíbilidade de acúmulo de água das chuvas. As calhas costumavam ser de cerâmica, e a maioria dos casarões rurais possuiam quatro águas, enquanto que urbanos variavam entre uma à quatro; esses telhados é uma das evidências da herança cultural de origem portuguesa. No entanto, haviam casarões que não possuiam telhados de calha, com o teto totalmente plano e feito com o método da taipa de pilão, mas estes eram mais raros e só costumavam existir nos núcleos urbanos da época. Uma característica importante notar é a existência de eiras e beiras; que originaram a famosa expressão "fulano não tem eira nem beira". Essa expressão havia cunho preconceituoso, já que a presença ou não dessas características era considerado como um dos fatores que ajudava os antigos cidadãos à julgar o poder aquisitivo dos outros.

De acordo com o arquiteto Silvio Colin, em seu livro "Técnicas construtivas do período colonial – I" "As beiras são ornamentos de pequena profundidade na alvenaria, no ponto de ligação com o telhado. Muitas vezes eram executados com o próprio material do revestimento, usando telhas como moldes. A expressão “sem eira nem beira” para designar uma pessoa pobre, sem posses, vem da arquitetura colonial. Eira é um pequeno quintal nos fundos da casa; beira é a decoração da alvenaria, de que falamos. “Sem eira nem beira” é pois, uma pessoa que tem uma casa tão pobre que não tem quintal nem ornamento na parede."
Esse julgamento por parte das pessoas era segregatório, inclusive havia uma frase passada por tradição oral que dizia que apenas pessoas com casas com eiras, beiras e tribeiras eram dignas de ver a imagem de Jesus Cristo; o que proibiu muitos escravos, indígenas e homens de baixo poder aquisitivo de frequentar os espaços mais próximos do altar, tendo que sentar no fundo das Igrejas durante as missas.
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